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A designer Nina Tangerina aprendeu a pedalar ainda criança, hoje o ciclismo faz parte do seu cotidiano
Nina Tangerina, como é conhecida, tem 24 anos, estuda Design no Centro Universitário UniFanor Wyden. No condomínio onde morava, aprendeu a andar de bike ainda criança. Relembra que sua primeira bicicleta era azul e rosa, com rodinhas de apoio, que, em dado momento, do qual não se recorda, naturalmente já não foram necessárias.
Já na vida adulta, após um longo período sem contato com o pedal, Nina viajou com a família pela Europa e encontrou, em Londres, o que ela chama de “bicicletar gringo”. Foi em Amsterdã que a designer experimentou viver a cidade sobre duas rodas. Ela conta que as ruas de lá são repletas de ciclovias e ciclofaixas, o que particularmente facilitou seus trajetos. “Tá todo mundo pedalando, tá todo mundo feliz.”
No mesmo ano, em 2014, após voltar para a capital cearense, foram instaladas faixas de ciclismo nas avenidas que Nina costuma passar. A designer, então, aproveitou o momento e iniciou sua jornada na procura de uma bike que a representasse. Numa vibe mais retrô, mesmo básica.
Quatro bicicletas marcam a vida da menina dos cabelos tangerina. A primeira, chamada carinhosamente de Rapariga, relembrava as cores da sua primeira bicicleta. Depois veio a Lacroix, em homenagem a uma conhecida atriz pornográfica; essa hoje está com seu irmão. Em seguida, apareceu a Mia e sua atual bike é uma
composição de peças dela. Ainda sem nome, esta mais recente companheira já foi cinza, mas hoje está “branquinha”. Hinata, personagem de Naruto, é um dos nomes cogitados para o batismo.
Nina faz trajetos como ir de casa para faculdade, pedalar da faculdade para o trabalho e sair para encontrar os amigos em bares da Aldeota. Recentemente, a universitária adquiriu um novo xodó: um fusca. Usado para trajetos mais longos. Mesmo assim não deixou seu antigo caso de lado e, quando o tempo livre é maior, como nas férias, pedala sempre que possível.

A maior queixa de Nina é a dificuldade em compartilhar as ruas com motoristas. Segundo ela, é arriscado andar pelas vias e faixas reservadas para os ciclistas, pois “poucas pessoas respeitam”. De acordo com levantamento do Instituto Dr. José Frota (IJF), em 2017, 1183 ciclistas foram vítimas de acidente.

A bike que Nina está atualmente é uma composição de peças da anterior, a Mia. Ainda sem nome, esta mais recente companheira já foi cinza, mas hoje está “branquinha”. Hinata, personagem de Naruto, é um dos nomes cogitados para o batismo.

A designer destaca a importância de se utilizar a bicicleta adequada para sua adaptação. Nina usa a bike fixa, que são as com pedais que se movem o tempo todo junto com as rodas. Além de serem mais leves, ágeis, demandarem baixa manutenção e não terem peças “roubáveis”

A maior queixa de Nina é a dificuldade em compartilhar as ruas com motoristas. Segundo ela, é arriscado andar pelas vias e faixas reservadas para os ciclistas, pois “poucas pessoas respeitam”. De acordo com levantamento do Instituto Dr. José Frota (IJF), em 2017, 1183 ciclistas foram vítimas de acidente.
Nina Tangerina, 24, costuma andar de bicicleta na Av. Santos Dumont, no trajeto que faz ao ir para seu local de trabalho. Clique na galeria de fotos para conhecer um pouco mais da história das duas
Nina já passou por coletivos como o Ciclanas e é criadora do VeloDelas, projeto que faz percursos mais longos, a fim de estimular as mulheres e exercitar a autoconfiança. Nina possui um blog no qual escreve sobre assuntos de que gosta. Ali dá dicas de ciclismo e sobre modelos de bicicletas, mas não se considera uma “blogueirinha”.
A ciclista já pedalou em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Recife mas garante que Fortaleza é o melhor lugar para o ciclismo. Todavia, assim como a maioria das mulheres, sofre assédio constantemente. Encontra também dificuldades em compartilhar as ruas com motoristas. Segundo ela, é arriscado andar pelas vias e faixas reservadas para os ciclistas, pois “poucas pessoas respeitam”.
Nesse cenário, Nina acredita que as mulheres devem ocupar as ruas. “Não podemos nos esconder. O espaço é nosso. A gente tem tanto direito de estar na rua como alguém que tem uma 4x4 ou que está andando de ônibus. Resistência!”
Texto por Thays Maria Salles