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A bicicleta entrou na vida de Marcélia para agilizar seus percursos e ganhou diversos significados

Em um dia voltando do trabalho para casa, Marcélia, Feminista, 32 anos, Bacharel em Direito, descobriu seu amor pela bicicleta e pela sensação de liberdade ao pedalar. Em pouco tempo, começou a fazer isso todos os dias, motivada pela rapidez para se locomover entre as avenidas 13 de Maio e Bezerra de Menezes. O percurso, antes feito com bikes do sistema Bicicletar, agora é realizado com sua bicicleta dos anos 80, que passou por um processo de restauração.

 

O estresse de dirigir e o trânsito impulsionaram Marcélia a fazer outras rotas de bicicleta no dia a dia, desde uma consulta na Aldeota até um passeio na Praia de Iracema. “Não consigo aceitar ir para um lugar de ônibus ou carro, se eu posso ir de bicicleta”, diz ela. Entretanto, ressalta que a falta de segurança é o principal fator de, às vezes, decidir por outro meio de transporte.

Além disso, o assédio que sofre todos os dias ao sair de casa faz com que procure artifícios, como o uso de fones de ouvido, para não escutar “certas coisas”. Diante dessa realidade, ela salienta a importância de as mulheres estarem nas ruas: “nós precisamos ocupar esses espaços, para aprenderem a nos respeitar.”

O novo meio de locomoção trouxe mudanças positivas para sua vida. Ela conta que melhorou o senso de localização depois que passou a utilizar a bicicleta. A ansiedade - que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta um terço da população brasileira - e a baixa autoestima também sofreram transformações. Marcélia ainda destaca a frase da feminista americana Susan Anthony, que diz: “Andar de bicicleta fez mais pela emancipação da mulher do que qualquer outra coisa no mundo”.

Vida, energia, conexão, segurança e confiança estão entre as palavras que de alguma forma definem a relação de Marcélia com sua bike. Clique na galeria e conheça um pouco mais da relação que existe entre elas

Mesmo com a falta de estrutura nas ciclofaixas, os acostamentos estreitos, as placas colocadas na altura dos ciclistas, a violência e o desrespeito dos motoristas, pedalar lhe faz tão bem que ameniza esses empecilhos. Por isso, Marcélia incentiva outras pessoas a pedalarem: “começando aos pouquinhos, se vai longe”. Além disso, ela relata que “com a bicicleta você tem a possibilidade de divagar” e ter uma interação maior com o espaço, coisa que o carro ou o ônibus não permite.

Texto por Simone Santos

Bicicleta

Substantivo feminino

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